Vejo infâncias perdidas
Vejo adolescências destruídas
Da minha janela vejo pais ausentes
Vejo filhos perdidos
Vejo drogas presentes
Da minha janela vejo o carinho que não foi dado
Vejo o abraço negado
Vejo o "Eu te amo" que não foi falado
Da minha janela vejo a máquina chegar;
Vejo a floresta cair
Vejo o rio secar
Da minha janela vejo árvore virar prédio
Vejo conversa virar texto
Vejo o contato humano virar tédio
Da minha janela vejo pernas virarem rodas
Vejo cabeças virarem caixas
Vejo sapatos finos tomarem o lugar das brutas botas
Da minha janela vejo a honestidade desaparecer
Vejo a criminalidade ser algo normal
Vejo a maldade vencer
Da minha janela vejo a dor sentida
Vejo o grito sufocado
Vejo a lágrima escorrida
Da minha janela vejo a veia entupir
Vejo o coração parar
Vejo a vida se esvair
Da minha janela vejo faces distorcidas
Vejo corpos mutilados
Vejo identidades perdidas
Da minha janela vejo o mundo se perder
Vejo tudo se transformar
Vejo mudanças que não quero ver.
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